A antiga Azenha do Bonfim, onde os nossos antepassados transformavam os cereais em farinha, serve hoje para transformarmos essa farinha em broas de milho e de centeio devido à sua refuncionalização num Forno Comunitário. A recuperação e transformação deste espaço para uma nova funcionalidade é uma peça estratégica para o desenvolvimento social, recreativo, cultural e turístico da freguesia de Vila de Punhe, assim como para toda a comunidade do Vale do Neiva. Cedida à autarquia por escritura pública, pelos anteriores proprietários Joaquim Franco da Costa e Maria de Jesus da Silva Ribeiro, a antiga Azenha do Bonfim, localizada junto à margem direita do regato de roques, lugar de Arques, já laborava para a Casa do Monte no século XIX. O edifício, como todos os outros moinhos existentes na freguesia, entrou em ruína, e os seus proprietários na década de 80 do século passado executaram obras de construção civil que a descaracterizaram, retirando-lhe o engenho, a cobertura e aumentando mais um piso, levando assim à perda da sua originalidade e autenticidade. Após um breve estudo às condições do edifício depressa se percebeu que não era viável o seu funcionamento como moagem, pelo que a autarquia entendeu alterar-lhe o seu antigo uso e transformá-lo num espaço de convívio com a criação de um forno comunitário onde, agora, é possível cozer o pão, entre outros alimentos, em forno a lenha, disponível para a comunidade. Este edifício marcou uma memória de muitas gerações que se prenderam ao mundo rural. A obra agora realizada, para além de ter uma nova funcionalidade, marca a aposta e a recuperação do património edificado cultural e histórico da freguesia, contribuindo também para que o turista/visitante disponha de mais elementos patrimoniais para visitar e compreender o nosso território (como sejam o Castro de Roques, A Mesa dos Três Abades, O Cruzeiro do Senhor da Saúde, a Igreja Paroquial, o Calvário de Arques, o Moinho do Inácio, as capelas, as alminhas, as fontes, etc.), usufruindo, ao mesmo tempo, dos trilhos pedestres implementados, tal como o Trilho das Quintas e do Castro de Roques, que passam pelo local. A recuperação deste edifício e a requalificação de todo o seu espaço envolvente, junto ao Parque do Bonfim, para além de aumentar a atratividade da freguesia afirmou-se numa mais-valia para o registo da nossa memória histórica/etnográfica. Temos, assim, mais um elemento patrimonial disponível na comunidade, nomeadamente na escolar, para a realização de eventos de recriação etnográfica que permitem formar uma cadeia de transmissão de conhecimentos e de saberes ligados às vivências ancestrais coletivas. Preservar, divulgar e valorizar o nosso património cultural edificado é estratégia chave para o desenvolvimento local sustentável e autónomo da nossa comunidade. É necessário protegê-lo, pois é objeto de herança para as gerações vindouras. António Manuel M. C. Costa Presidente da Junta de Freguesia De Vila de Punhe (2022)

PORTA DO NEIVA: DO MEL AO CAULINO Na Porta do Neiva do Geoparque de Viana do Castelo é explorado o tema "Do Mel ao Caulino", dois produtos endógenos que se destacam no Vale do Neiva. Neste espaço, na sede da Junta de Freguesia de Vila de Punhe, os visitantes podem explorar o património identitário da margem esquerda da Ribeira Lima e, ainda, conhecerem o vasto património natural e cultural patente na área territorial de Viana do Castelo. Com entrada gratuita, está aberto ao público aos sábados, das 10h00-13h00 e 14h00-18h00, e aos domingos, das 15h00-19h00. No entanto, escolas/associações, durante os dias da semana poderão efetuar visitas guiadas por marcação, através dos tel. 258 821 091 | 258 772 855 ou geral@geoparquelitoralviana.pt | junta.vilapunhe@gmail.com