“Santinho” abençoa caminhada histórica no Castro de Roques

Na passada sexta-feira’13 a freguesia de Vila de Punhe em conjunto com o Núcleo Promotor do Auto da Floripes e as freguesias de Mujães, Vila Franca e União de Freguesias de Deocriste, Subportela e Portela Susã organizaram uma caminhada nocturna ao Castro de Roques. Esta iniciativa intitulada de “Queimada no Santinho”, vem no seguimento das duas últimas organizadas no âmbito da “Sexta-feira’13 Queimada”, a referir “Queimada na Pegada” e “Queimada no Calvário”.

A organização pretendeu com esta caminhada nocturna aproveitar, de forma trocista, o espírito de misticismo que envolve a sexta-feira’13 para, num ambiente de convívio, juntar aventura com cultura.

A população aderiu, gostou e aplaudiu! Com quatro partidas dos adros das igrejas paroquiais (Mujães, Vila de Punhe, Vila Franca e Subportela), as mais de 800 pessoas, que estiveram envolvidas na caminhada, não tiveram medo do frio, da chuva e da noite e puseram os pés ao caminho. No final, valeu a pena! Mostraram-se satisfeitas com a iniciativa, aplaudiram a organização e ficaram deslumbradas com a paisagem que puderam contemplar junto à “Pegada do Santinho”. A vista disponível sobre os vales do Lima e do Neiva revelou-se impressionante. A chuva que durante a tarde assustou, e que até afugentou possíveis participantes, deu tréguas e rendeu-se ao momento histórico. Perante a forte adesão e o elevado entusiasmo das pessoas, a chuva não quis estragar a festa nem impedir que se realizasse, provavelmente, o maior encontro de pessoas no cimo do “Monte Santinho” desde a ocupação castreja. A chuva não fez parte dos mais de 800 inscritos, evitando, assim, sobressaltos e permitindo a contemplação de uma das mais belas paisagens da nossa região.

Na chegada junto à “Pegada do Santinho” os participantes foram surpreendidos por um cenário de festa, onde figuraram bombos, concertinas, cantares, ladainhas e danças (jovens vestidas de gatas). Antes da “viagem” de regresso, houve o esconjuro satírico que abriu portas à queimada galega e às línguas de gato.

A ideia de organizar em conjunto adveio do facto das freguesias envolvidas partilharem o valioso património cultural associado ao Castro de Roques e das mesmas terem fomentado uma intervenção arqueológica junto à “Pegada do Santinho”. As partes envolvidas demonstraram que é possível, com resultados positivos e encorajadores, trabalhar em conjunto e envolver as pessoas e as instituições. Para além disso, evidenciaram o reconhecimento da importância do Castro Roques e da necessidade de o valorizar. Está, portanto, de parabéns a organização.

A seguinte caminhada nocturna já está marcada para a próxima sexta-feira’13 do mês de Março. Intitulada de “Queimada no Velasco”, a caminhada terá como destino a fachada de uma casa em ruínas que pertencera à família dos Espina Velasco, no século XVII, erigida perto da antiga estrada real, está agora “perdida” entre o arvoredo do monte Roques.

São estas iniciativas, que fugindo do habitual, marcam a diferença ao mesmo tempo que permitem, por um lado, convívio, coesão e cooperação e, por outro, hábitos saudáveis e sensibilização para o património natural e cultural!

Uma palavra de agradecimento a todos os que colaboraram de uma forma ou de outra neste evento.

A organização